
Este
artigo se propõe a apresentar de forma sintética a história de Madagascar e
alguns aspectos relevantes de sua geografia e sua biodiversidade; além de fazer
uma contextualização de um período, no qual a França, por várias décadas, dominou
a Ilha.
Madagascar é uma IIha que se localiza no
oceano Índico, próximo ao Continente Africano. O que separa o país do
continente é o canal de Moçambique; a ilha também fica próximo às ilhas
Mauricio.

Nos
anos que se seguiram, portugueses, franceses, ingleses, holandeses tentaram em
vão estabelecer pontos comerciais na ilha; o motivo das falhas, foram os
conflitos com os guerreiros Malagasy esses nativos contavam com o conhecimento
geográfico da ilha que para os europeus parecia muito hostil.
No
final do século XVII, os piratas conseguiram, após varias investidas, entrar em
Madagascar, e usavam esse ponto estratégico, para atacar navios que iam para a
Europa, levando mercadoria da Índia.
No
século XVIII, os franceses tentaram estabelecer pontos comerciais na costa
leste sem sucesso. Do outro lado da Ilha, formava-se o primeiro reino de
Madagascar: o Reino de Merina que dominava quase toda a ilha. Em 1810, o rei
Radama I abriu as portas da Ilha para os britânicos e permitiu que missionários
cristãos evangelizassem o lugar e estabelecessem pontos comerciais.
Após
a morte de Radama, sua esposa assumiu o governo; reinou durante 33 anos,
exercendo uma política de opressão, perseguindo cristãos e eliminando rivais
políticos. Ela restaurou a tradição de sacrificar crianças nascidas em dias de
má sorte e cortou relações com os ingleses.
Com a sua morte, Madagascar reabriu as relações com os europeus.
A
França invadiu o lugar no ano de 1833. Em menos de 15 anos, o controle Francês
na Ilha era total, e Madagascar se tornou colônia francesa. A principal
utilidade que a França via para Madagascar era a extração das reservas naturais
sem nem um tipo de investimento. Os principais produtos extraídos da iIha eram
madeira e baunilha. A população da Ilha tentou se rebelar duas vezes do domínio
Francês, em 1918 e 1947, mas a independência veio apenas, em 1960, mais,
especificamente, em 26 de junho.
Essa
luta de Madagascar por sua independência mostrou claramente o processo
geopolítico que ocorria entre os dois países: Madagascar buscava se libertar do
domínio da França e, por outro lado, este país lutava por manter seu domínio na
IIha.
O
resultado dessa disputa interferiu na geografia política da França que com a
perda de sua colônia, além da perder do território, perdeu uma região rica em
recursos naturais e biodiversidade.
Após
a independência o país estava sob o comando do presidente Philibert Tsiranana que
manteve um regime parlamentarista. Em 1972, sob a liderança militar do general
Ramamantsoa, instalou-se um governo militar que, um ano depois, exigiu a saída
das tropas francesas do país.
Em
1975, outro ditador entrou em cena: Didier Ratsiraka assumiu o poder, onde
instalou um governo com orientação socialista. Em 1982, o país recorreu ao FMI,
devido a uma crise econômica, deixando assim a ideologia socialista. Seu
governo durou até ano de 1991, sendo deposto graças a outra crise econômica que
assolou o país.
Em
1992, assumiu a presidência democraticamente Albert Zafy, governando sem agitações
sociais de grande relevância.
Didier
Ratsiraka retornou ao poder em 1997. Eleito democraticamente, governou até o
ano de 2001, quando perdeu a eleição para Marc Ravalomanana que se elegeu com a
promessa de democratizar ainda mais o país.
Embora derrotado democraticamente, Didier Ratsiraka não aceitou o
resultado.
Naquele momento, eclodiu em todo o país
conflitos entre os apoiadores dos candidatos. No mesmo ano houve a recontagem
dos votos que confirmou novamente a vitória a Marc Ravalomanana. Didier
Ratsiraka não aceitou a vitoria do adversário, exilando-se na França, Em 2003,
mesmo exilado foi condenado a 10 anos de serviços forçados, devido ao mau uso
da verba pública no tempo que governou o país.
Em
2006, ocorreram eleições democráticas, e Marc Ravalomanana foi reeleito. Em
Abril do mesmo ano, são feitas mudanças na constituição, dando mais poder ao
presidente.

Em
2010, foi aprovada a constituição que permitiu que o presidente ficasse por tempo
indeterminado no poder, desde que fosse reeleito por via democrática por 5 anos.
Mesmo
com todas essas reviravoltas políticas Madagascar é membro da ONU e da União
africana e da SADC (Comunidade para o desenvolvimento da África Austral).
A
economia se baseia principalmente na agricultura, mineração e pesca. O produto
mais conhecido é a baunilha que é usada no mundo inteiro para dar sabor aos
alimentos, sendo que os grãos de baunilha levam pelo menos dois anos para
crescer, tornando a baunilha um produto ainda mais caro.
Apesar
do alto preço do produto, o povo Malagasy ganha extremamente pouco: cerca de um
dólar por dia, Isso é outro fator que leva a 70% da população estar abaixo da
linha da pobreza e metade das crianças até 5 anos sofrerem de desnutrição,
sendo a corrupção do governo de Didier Ratsiraka, naquele período, a causa
principal dessas mazela
Em
2005, foi descoberto petróleo que fará parte da futura economia da Ilha, aliado
a uma nova forma de sustentabilidade, denominada de Ecoturismo, visando a minimizar
os impactos ambientais.
Ocorrem no local mais de 400 espécies
de sapos, sendo que 99% deles são endêmicas. Outra curiosidade é que os sapos são
os únicos anfíbios da Ilha, a exemplo do Sapo Tomate
e Sapo Mantella.
Embora
sendo um país de muitas florestas, Madagascar sofre com alguns problemas
ambientais relativos ao desmatamento e à destruição de habitats naturais; além
da presença constante de. queimadas, degradação do solo e exploração
descontrolada de seus recursos ecológicos. Ainda que estejam presentes estes
fatores negativos quanto à sua preservação, Madagascar possui uma das maiores
biodiversidade do mundo, despertando a atenção dos ecologistas para que se
efetivem medidas que visem a preservar este espaço: verdadeiro patrimônio natural da humanidade!
Vorlei L. Martins
Graduando em História na Universidade Luterana do Brasil - Campus Canoas
Revisão:
Carlos Roberto da Costa
Leite
Funcionário e Pesquisador do
Museu da Comunicação Hipólito José da Costa
Referências: